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Guimarães apresenta conclusões do projeto SW-UP

A Tempo Livre e a Câmara Municipal de Guimarães apresentam na próxima semana, em Bruxelas, as conclusões das atividades promovidas no âmbito do Sport For Women in Urban Places (SW-UP) que visa fomentar a participação feminina no desporto e atividade física.

O SW-UP, tendo na base pesquisa científica, incluiu a realização de sondagens, inquéritos, partilha de experiências e boas práticas com vista à apresentação de um documento final que reúne recomendações que pretendem contribuir para estimular a atividade física e a participação feminina, sensibilizando as mulheres sedentárias, em particular, e a comunidade em geral, para os benefícios que essa atividade física regular comporta para a saúde.

Ao longo de 18 meses foram desenvolvidas em Guimarães várias iniciativas como o programa “Mulheres + Ativas” que contemplou palestras, atividades físicas ao ar livre, uma caminhada, rastreios de saúde e aconselhamento médico. Foram igualmente promovidas reuniões transnacionais e encontros de trabalho com entidades parceiras locais para elaboração de recomendações, recolha de depoimentos, participação em sondagens e resposta a questionários.

A missão do projeto SW-UP enquadra-se nas políticas europeias de fomento da participação feminina no desporto e atividade física, e concede particular atenção às barreiras que as mulheres enfrentam, designadamente nos ambientes urbanos, e tendo em vista torná-los mais acessíveis, seguros e amigáveis à prática desportiva.

O SW-UP Sport for Women in Urban Places, além da Tempo Livre e da Câmara Municipal de Guimarães, tem oito parceiros internacionais: ALDA – Association for Local Democracy (Estrasburgo, França), IRS – Instituto per la Ricerca Sociale (Milão, Itália), Comune di Corbetta (Itália), Polisportiva di Corbetta (Itália), Ajuntament de Granollers (Granollers, Espanha), Mulier Institutuut Centrum Voor Sociaal-Wetens (Utrecht, Holanda), Municipiu Ramnicu Sarat (Roménia) e Sofia (Bulgária).

 

Maioria das mulheres é inativa

Numa sondagem coordenada cientificamente pelo Mulier Institut (Utrecht, Holanda), conclui-se que 58% das mulheres (que responderam ao inquérito em Guimarães), entre os 36 e os 55 anos, são inativas e apontaram como principais razões para a sua inatividade física a dificuldade de conciliação de tempo pessoal, profissional e familiar, não gostar de atividade física/desporto e não ter companhia (para praticar exercício físico ou desporto ao ar livre). Além disso, não ter companhia para praticar atividade física ao ar livre, uma certa perceção de insegurança (sobretudo entre as mulheres mais jovens e acima dos 65 anos) e o facto de nunca ter praticado atividade física ou desporto ao ar livre foram identificadas como barreiras à atividade.

Não obstante, o estudo aponta a manutenção ou melhoria da qualidade da saúde e da condição física e o relaxamento como elementos de motivação para se ser ativa, tendo as mulheres de Guimarães concedido particular atenção à segurança dos espaços ao ar livre (parques de lazer, jardins, polidesportivos), boa manutenção dos parques e a proximidade a casa ou do local do trabalho como condições necessárias à prática desportiva.

 

Mais e melhor atividade física

A melhoria das redes de transportes públicos, mais e melhor informação de sensibilização para os benefícios que a atividade física regular reflete na saúde e bem-estar, a implementação de programas de promoção da atividade física orientados para grupos específicos (grávidas, doentes oncológicas, diabéticos, seniores, pessoas com incapacidades físicas resultantes de doença, acidente ou de causas naturais, entre outros), foram algumas das situações identificadas no trabalho desenvolvido pela Tempo Livre e a Câmara Municipal de Guimarães.

Tendo como vetores os contextos de família, segurança, conciliação do tempo e atividades/eventos ao ar livre, o programa piloto proposto (Mulheres + Ativas) por Guimarães no contexto do SW-UP concretizou as recomendações avançadas pelos respondentes do inquérito sugerindo a promoção de programas de atividade física para todos nos parques de lazer do concelho, atividades orientados para as famílias, sobretudo para mulheres com crianças pequenas, mais diversidade de propostas e iniciativas, ginástica laboral, mais e melhor informação e comunicação nos parques de lazer e reforço da aposta em atividades ao ar livre.

“Mulheres + Ativas” integrou um ciclo de quatro workshops (realizados na Casa da Memória e versando as temáticas “Mulheres + Ativas” e doenças crónicas, na idade sénior, na adolescência e juventude e na gravidez) e Ginástica no Parque (nos parque da Cidade, da Ínsua, de Lordelo e da Cidade Desportiva), encerrando com uma Caminhada da Saúde em que se reforçaram as vantagens do exercício físico, mobilizando algumas as forças ativas do concelho para a caminhada.

Ao longo do projeto constatou-se que as pessoas mais sedentárias aumentaram os níveis de atividade física e assumiram a intenção de mudar de atitude e intensificar a atividade física regular. Ainda assim, foram as mulheres que mais praticaram e frequentaram as sessões de ginástica no parque e marcaram presença na caminhada.
O sucesso do programa “Mulheres + Ativas” constata-se também pelo facto de mais de 80% dos participantes apoiar a continuidade da iniciativa, realçando as palestras (experiências de vida) e a Caminhada como aspetos mais relevantes.

Entre as motivações mais frequentes apresentadas como justificação para participar no programa piloto, os participantes indicaram o interesse pessoal em desporto/atividade física ao ar livre, a possibilidade de praticar atividade física ao ar livre com outras pessoas e o tipo de programa e ações propostas.

O programa “Mulheres + Ativas” teve como parceiros locais o jornal Mais Guimarães e o Hospital da Luz, contando também como a colaboração de um conjunto de entidades locais que aderiram ao projeto (Cercigui, APCG, Fórum Municipal das Pessoas com Deficiência, Casa da Memória, GTEAM, Guimagym, Vitória Sport Clube, Fraterna, Sol do Ave e EIM).

O projeto Sport For Women in Urban Places (SW-UP) é cofinanciado pelo programa Erasmus+ da União Europeia, e tem a Câmara Municipal de Guimarães e a Tempo Livre como entidades parceiras em representação de Portugal.

 

COMENTÁRIOS DE PARTICIPANTES:

“Não podemos parar senão morremos mais cedo. A atividade física é necessária até ao último suspiro.>”
Francisco, 67 anos

“A atividade física é meio caminho andado para a saúde e para me sentir bem!”
Manuela, 53 anos

“A atividade física não é só benéfica para o corpo, é também para a mente.”
Margarida, 64 anos

“Eu sempre pratiquei desporto e os meus níveis de stress foram sempre menores que os dos meus colegas, sinto que tenho mais disposição para estudar.”
Alexandra, 20 anos


COMENTÁRIOS DE MÉDICOS, ENFERMEIROS E TÉCNICOS DE SAÚDE ENVOLVIDOS NO PROJETO:

“Este tipo de atividade é muito importante para aumentar a consciencialização das pessoas sobre os benefícios da prática desportiva e do exercício físico regular. O esforço por uma vida saudável nunca é demais.”
João da Silva (Fisioterapeuta, HLG)

“Participar no Workshop “Mulheres + Ativas na adolescência e juventude” foi muito gratificante como profissional de saúde e como mulher. Ações como esta são importantes para promover estilos de vida saudáveis. Seria uma mais-valia se a ação Mulheres + Ativas tivesse continuidade na cidade de Guimarães através de outras formações e programas de educação para a saúde.”
Dra. Liliana Macedo (Médica pediatra, HLG)

“O projeto Mulheres mais Ativas, aproxima a população em geral e em particular a mulher para a atividade física. Contribuindo para motivar, esclarecer, desmistificando a relação entre a doença e o exercício físico.”
Lídia Toscano (Enfermeira especialista em oncologia, HLG)

“Aproximar os serviços médicos das pessoas é sempre meritório, como penso será tudo o que possa contribuir para aproximar pessoas e melhorar a relação médico-doente em geral. No caso do “Mulheres + Ativas” na Idade Sénior, pareceu-me um modelo interessante – pôr pessoas de várias proveniências, com perspetivas bem diferentes a conversar à laia de “brain storm”. Foi um desafio interessante e enriquecedor.”
Dr. Jorge Gomes da Silva (Médico Internista, HLG)

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